segunda-feira, 25 de maio de 2015

Um Gigante pós Guerra

A Primeira Guerra fez com que os EUA emergissem como a principal economia do planeta. As transações de produtos industriais e agrícolas se ampliaram com a abertura de créditos aos países aliados, seguidas pela concessão de empréstimos à Inglaterra, França e, posteriormente, Alemanha. A produção norte-americana deu um salto gigantesco em vários setores, destacando-se a indústria bélica, de material de campanha e alimentos. Os EUA se tornaram o maior credor do mundo e no final dos anos 1920, o país respondia por mais de 42% da produção industrial global. Enquanto isso, França, Inglaterra e Alemanha juntas detinham 28%.
O fim da guerra, porém, provocou uma pequena queda na economia norte-americana. Mas logo o crescimento econômico é retomado, quando a França e a Inglaterra (e posteriormente Alemanha) passam a saldar suas dívidas com os EUA. Esse período é marcado por grande entusiasmo e ficou conhecido como “Big Bussines”, ou grandes negócios, caracterizado por uma superprodução de mercadorias e um mercado em expansão.
Em 1924, a economia mundial parecia retomar o crescimento, embora o desemprego nos países da Europa continuasse muito alto, com 12% na Inglaterra e 18% na Alemanha. A superprodução foi característica de todo esse período, favorecida pela política de liberalismo econômico, responsável pelo aumento dos estoques, pela queda nos preços, pela redução dos lucros e pelo desemprego.
No entanto, já em 1921, na contramão dos prognósticos mais otimistas, Trotsky avaliava que o breve crescimento da economia era algo efêmero e cíclico que não deteria a crise estrutural do capitalismo:
Quais são as perspectivas econômicas imediatas? É evidente que América se verá obrigada a diminuir sua produção, não tendo a possibilidade de reconquistar o mercado europeu de antes da guerra. Por outro lado, Europa não poderá reconstruir suas regiões mais devastadas nem os ramos mais importantes de sua indústria. Por essa razão, assistiremos no futuro a uma volta penosa ao estado econômico de antes da guerra e a uma dilatada crise: ao marcado estancamento em alguns países e em ramos das indústrias particulares; em outros, a um desenvolvimento muito lento. As flutuações cíclicas seguirão tendo lugar, mas em geral, a curva do desenvolvimento capitalista não se inclinará para cima senão para abaixo” (relatório aos membros do Partido Comunista Russo, utilizado por Trotsky para o III Congresso da Internacional Comunista; 23 de junho de 1921).
Com o início da recuperação do setor produtivo dos países europeus, a produção norte-americana começou a entrar em declínio. Essa situação expressou-se principalmente no setor agrícola, com o aprofundamento da queda dos preços dos produtos primários.
A crise dos agricultores norte-americanos seria o prenúncio de 1929. Na medida em que as exportações diminuíam, os grandes proprietários não conseguiam saldar as dívidas contraídas com os bancos. Além disso, as ações das empresas tinham se sobrevalorizado imensamente num movimento de especulação financeira.
Foi questão de tempo para que a crise no campo causasse desabastecimento nas cidades que já enfrentavam problemas com o desemprego.
Quando veio o colapso das bolsas, no dia 29 de outubro, dia conhecido como “quinta-feira negra”, os bancos do país estavam sobrecarregados de dívidas não saldadas, ações supervalorizadas de empresas que estavam em queda e, assim, recusaram refinanciamentos ou novos empréstimos para a habitação, automóveis etc. Calcula-se que cerca de mil hipotecas de casas foram executas por dia após 1929.
A quebradeira levou centenas de bancos à falência. Na época, o sistema financeiro norte-americano era extremamente débil. Não havia bancos gigantes, como na Europa. O sistema bancário do país consistia em pequenos bancos locais e regionais. Mas o tombo da economia norte-americana só estava começando.

Estados Unidos Pós Primeira Guerra

Depois da explosão tecnológica e a expansão do capitalismo incentivada pela Primeira Guerra Mundial, o pós-guerra apresentou um panorama crítico em termos econômicos, já que a segunda onda de globalização da economia “deu sinais de estagnação”. Esse contexto foi provocado pelo investimento das potências industriais em materiais bélicos que nutriram a guerra e com o fim dela houve uma mudança substancial no panorama da economia mundial. Os países Europeus passaram por um declínio no campo econômico e social, além de 13 milhões de pessoas que morreram durante a guerra, houve não só prejuízo pela falta de crescimento da produção e de natalidade, mas também o endividamento dos países beligerantes que tiveram de contrair empréstimos, ceder parte de suas reservas de ouro e desfazer-se de parte de seus INVESTIMENTOS no estrangeiro.

Todo esse grave quadro de crise e de decadência da Europa veio beneficiar aos Estados Unidos, que despontaram neste período como uma das mais poderosas potências mundiais. Um dos grandes fatores que colaboraram para a ascensão econômica dos Estados Unidos foi a sua posição de neutralidade durante boa parte da Primeira Guerra Mundial. Assim, puderam desenvolver sua produção agrícola e industrial, fornecendo seus produtos às potências europeias envolvidas no conflito. Por outro lado, enquanto as potências europeias estavam compenetradas no esforço de guerra, os Estados Unidos aproveitaram-se para suprir outros mercados mundiais, na Ásia e na América Latina.

 Terminada a Guerra, a Europa arrasada tornou-se um grande mercado dependente de exportações americanas. Possuindo aproximadamente a metade de todo o ouro que circulava nos mercados financeiros mundiais, os Estados Unidos projetavam-se como maior potência financeira mundial do pós-guerra.

Este país, destacou-se pelo desenvolvimento de novas tecnologias para atender as necessidades bélicas aumentando a produção industrial e a renda per capita no país. Essa situação, resultante da participação no primeiro conflito mundial, levou os Estados Unidos a viver na década de 1920, a chamada “era progressista”, que se caracterizou pela expansão econômica das classes médias, permitindo o aumento do padrão de vida.

A presença das tecnologias na vida das famílias americanas como novos produtos - eletrodomésticos, automóveis, energia elétrica, telefone, rádio aspirador, de pó - passaram a fazer parte do dia a dia das pessoas, mudando assim costumes e práticas em outras partes do mundo.

Os bens materiais não foram os únicos a propagar a expansão comercial norte-americana. O cinema falado (1927) .

Este período se define como o amerian way life, ou o jeito americano de viver relacionando a capacidade de consumir como o principal direito a cidadania, slogan que foi efetivado após a Segunda Guerra Mundial.

Este momento foi marcado por ser o norteador das bases sociais americanas , que seriam modelo cultural, política e econômica de muitos países do mundo.